03 abril 2009

Artigos

04/04/09 - 00:32
"Sentimento de Jesus, O"
Marcos Moraes

Fp 2.5-8
1º. Não se apegou ao fato de que era deus, mas se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens e reconhecido em figura humana:É a essência de um coração puro, que eliminou (sendo ele o maior de todos), todo o desejo, a necessidade, o sonho, a busca e o esforço por ter alguma grandeza. Isto ele fez da forma mais radical e espantosa que seria possível no conjunto dos seres existentes. Sendo Deus, se tornou criatura. Só Deus pode saber toda a dimensão disto. Nós, como criaturas, não sabemos a dimensão da deidade. Não sabemos o que é ter todo o poder e autoridade, ter toda a ciência e estar em todo lugar enchendo tudo, portanto não podemos medir o que Jesus fez. Só podemos pensar assim: Se Deus é imenso e infinito, então o esvaziamento do Verbo amado de Deus foi imenso e infinito também. Ou melhor, desceu do infinito para o finito, do imensurável para o mensurável, do eterno para o temporal, do ilimitado para o limitado, e o mais incrível de tudo, de uma situação de liberdade absoluta e de ser suficiente em si mesmo, para uma situação de necessidades e de dependência. A tudo isto só podemos dizer: Ó Maravilha! Ó Beleza de Cristo! Ao se fazer pequeno como um bebê, se tornou a nossos olhos ainda mais grandioso, mais belo, mais adorável, mais desejável, mais admirável. Que coração! Que pureza! Que ternura celestial! Poder contemplar tal pequenez - grandeza, só pode ser ultrapassado em glória por outra coisa, a bendita esperança de que seremos transformados à sua imagem para ter um coração exatamente como o dele. Que o adorem os anjos, que o bendigam os céus e a terra, que o amem todos os homens, pois o Pai bendito já o honrou, já o coroou e já lhe deu um nome que está acima de todo nome.
2º. A si mesmo se humilhou tornando-se obediente até a morte e morte de cruz:Esta é a prática de um coração esvaziado: A OBEDIÊNCIA. O seu esvaziamento foi interior, profundo, verdadeiro e absoluto. Mas necessitava ser confirmado a cada dia, através da completa obediência. Ao ato eterno de esvaziamento, foi agregada a auto - humilhação diária de não fazer jamais a sua vontade, para experimentar também todos os dias, o gozo de fazer a vontade do Pai, ainda que a vontade do Pai o levasse até a morte, até mesmo a "ser feito pecado por nós" (2Co 5.21). Que determinação! Que valentia! Obediência até o máximo que se poderia imaginar! Novamente não podemos medir! Pois nascemos em pecado e não conhecemos (ainda) a santidade absoluta de Deus. Por isso não podemos medir o que foi para o Filho absolutamente santo, perfeito e amante do Pai, ser feito pecado e perder, na cruz, a comunhão e a presença daquele que era a sua própria vida, gozo e alimento. E que dizer do Pai? Que foi para ele, ter que abandonar o Filho e entregá-lo à morte? Fazer do Filho o próprio pecado!?!? Que angústia terá sido? Nós, que somos pais, não preferiríamos experimentar mil angústias antes que nossos filhos passassem por uma só? Que podemos dizer quanto a isto? Não há palavras. Melhor o silêncio, Melhor as lágrimas. Melhor a devoção pura e simples. Melhor também é.....
3º. Tende em vós o mesmo sentimento:Contemplar esta perfeição, esta glória, este amor de Jesus, esta mansidão de Cordeiro, esta valentia de Leão, se o Espírito Santo nos ilumina os olhos, deve provocar em nós, pelo menos três reações que nos arrebatem a vida por completo:
a - Profunda admiração por Jesus:Com razão cantaram os filhos de Coré: "Tu és o mais formoso dos filhos dos homens" (Sl 45.2) e a esposa proclama: "não é sem razão que te amam" (Ct 1.4). È verdade. Nós não sabemos amar. Mas ele é tão plenamente amável, tão completamente admirável, que nos conquista o coração, por mais frios e apáticos que possamos ser. Basta um olhar. Basta um vislumbre, pois a beleza é tanta e a perfeição é tão cativante, que apenas um pouquinho de conhecimento, já é suficiente para que sejamos conquistados. Vejamos os primeiros discípulos (Mt 4.18-22). Que sabiam eles a princípio sobre toda esta glória? Talvez 1% de tudo o que conheceram depois. No entanto, este 1% foi suficiente para deixarem tudo e o seguirem. O amaram. O admiraram. Portanto o seguiram. Quanto mais profunda admiração e amor tiveram depois? Quanto o podemos admirar, nós os que hoje conhecemos toda a verdade de sua santidade?
b - Profunda vergonha pelo que somos:Como é diferente o nosso coração! Ele, sendo Deus, se esvaziou, aceitou a vergonha, desprezou a vaidade e fez pouco caso da glória desta vida e do reconhecimento dos homens. E nós. Como abominamos a rejeição! Como amamos o ser reconhecidos pelos homens! Que necessidade temos da aprovação imediata e visível! Como nos custa buscar apenas a aprovação daquele que vai julgar os corações e revelar cada intenção! Ele, sendo pleno e independente, se fez necessitado e dependente. E nós. Como desprezamos nossa limitação e pequenez! Como nos custa abandonar nossa ridícula auto - suficiência! Como é feio e desprezível aquilo que em nós é diferente dele! Como é justo e sábio o castigo do pecado! Se eu não posso suportar esta feiura, como deve ela ser feia e desprezível ao Meu Deus santo e perfeito! Como é feio meu orgulho! Como é vergonhoso cada ato de desobediência, cada auto - preservação! Escrevo com lágrimas. Cada coisa em mim que é diferente dele, eu abomino como coisa podre, coisa morta e desprezível. Só tu, meu Deus, és amado e puro. Só tu és digno de admiração e louvor. A nós pertence o corar de vergonha (Dn 9.8)
c - Um profundo desejo (e esperança) de sermos transformados à sua imagem:Mas uma voz veio falar: "Eu edificarei a minha igreja". E outra vez: "..aquele que começou a boa obra em vós, há de completá-la..". Bendita esperança! Bendito evangelho. ...Eu? Ser como ele? Ter um coração igual ao dele? Ó obra tremenda dos céus! Ó Espírito Santo! Me aprisiona propósito de Deus! Quero conquistar aquilo para o qual fui conquistado. Não é essa a tua obra meu Deus? Não é para isso que vieste morar dentro de mim com toda tua humildade e mansidão? Não é a tua vida a minha porção e a tua santidade e obediência a minha herança? O teu coração não é agora o meu, para que eu venha a viver como tu viveste? Ó minha glória! Meu tesouro! Minha herança! Quero falar-te junto com Davi: "O senhor é a porção da minha herança e do meu cálice...é mui linda a minha herança" (Sl 16.5,6). Enquanto ainda não sou como Jesus, duas coisas me consolam o coração e me animam a seguir adiante. A primeira é o teu perdão e paciência, meu Deus, meu amor e minha esperança. A Segunda é o perdão e a paciência de meus irmãos, os notáveis que há na terra (Sl 16.3). Estes santos que te amam e que, por suas vidas, me ensinaram a te amar. A eles o teu consolo e o teu ânimo, meu Deus, e a ti, meu amado, minha vida no teu altar.

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